Mulher furta loja Havan e tem vídeo exposto nas redes sociais

Uma mulher foi flagrada enquanto furtava uma loja Havan em Campo Grande, no vídeo, publicado pelas redes sociais da própria loja, capturam o momento exato em que a “cliente” colocava, o que parecia ser, latas de lixo escondidas em seu carrinho.

Após o crime, a mulher foi parada pelo segurança, no estacionamento da loja e questionada sobre os produtos. Não foi possível obter o desfecho da história, nem fazer a identificação da cliente. O vídeo faz parte de uma campanha anti-furto, que consiste em divulgar todos os meses, nas redes sociais, os momentos em que algumas pessoas cometem furtos no interior das lojas.

É importante ressaltar que todas as imagens são filmadas pelas câmeras de segurança das lojas, e contam com sistemas de monitoramento 24 horas, sensores, reconhecimento facial e rastreamento. Além disso, ainda é incluso um “close” dos rostos e o nome das cidades envolvidas.

“Fica a dica: tentou roubar na Havan, vai ficar famoso”, diz uma voz no fim de cada vídeo.

O proprietário das lojas, Luciano Hang, se referiu a iniciativa que iniciou em agosto de 2024, como “amostradinhos do mês”, em alusão ao reconhecimento do “funcionário do mês”.

Como justificativa, a Havan informou em nota que, após a pandemia, observou um aumento significativo de furtos, mesmo com o sistema de monitoramento 24h. A empresa também afirmou que em todos os casos, aciona a Polícia Militar e registra os boletins de ocorrência, no entanto, sem sucesso no fim dos furtos.

“Por isso, decidimos expor mensalmente em nossas redes sociais os criminosos que forem flagrados furtando na Havan. A única forma de inibir é a vergonha…isso tem que acabar. As pessoas precisam saber que não ficarão impunes, que o que estão fazendo é crime e serão responsabilizadas por isso”disse Hang em uma nota.

É crime ?

De acordo com uma entrevista no site da UOL, fornecida pelo professor de Criminologia e Direito Penal da Universidade de São Paulo (USP), Maurício Stegemann Dieter, é importante alertar sobre o uso de imagens.

“Uma empresa não tem legitimidade para mobilizar processos de criminalização divulgando pessoas que foram capturadas por câmeras de segurança; O correto é entregar essa gravação para a autoridade policial e não fazer uso privado desses registros”.

Dieter também ressalta que a divulgação dessas imagens podem contribuir para linchamentos físicos e virtuais.

O advogado em Direito Criminal Bruno Koga, também acredita que a atividade poderia resultar em ações indenizatórias na justiça. Ele entende que seria preciso “pesar” o comportamento das pessoas expostas e o das lojas Havan.

“É uma colisão de direitos em uma situação na qual ninguém está 100% certo”, declara.