Governo brasileiro recebe novo voo com deportados dos EUA

Avião da Força Aérea norte-americana com 46 repatriados pousou no Aeroporto Internacional de Confins, em Minas Gerais

O governo federal recebeu mais um voo de brasileiros deportados dos Estados Unidos. A aeronave da Força Aérea norte-americana, a primeira usada nas operações, pousou no Aeroporto Internacional de Confins, em Minas Gerais, na tarde de quarta-feira (2). Ao todo, 46 cidadãos desembarcaram no terminal.

“Este foi um voo com fluxo excepcional, porque foi organizado pelo governo estadunidense por meio de uma aeronave própria. Para evitar que eles [brasileiros] passassem mais tempo presos nos Estados Unidos, autorizamos o pouso em Confins, considerando que a maior parte dos repatriados que chegam são de Minas Gerais”, disse o secretário de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Bruno Teixeira.

Este é o 12º voo com brasileiros banidos dos Estados Unidos por viverem ilegalmente no país – isto é, por estarem sem documentação formal para morar em território norte-americano. A deportação em massa começou após decreto assinado pelo presidente Donald Trump, que prometeu tolerância zero com imigrantes ilegais. Até o momento, 1.200 brasileiros já foram repatriados, segundo dados do governo.

Inicialmente, a deportação gerou tensão entre Brasil e Estados Unidos, uma vez que os primeiros brasileiros a regressarem ao país estavam algemados e com os pés acorrentados. Washington afirmou que é de praxe deportados serem transportados algemados durante o voo, o que não agradou Brasília.

Em meio ao cenário, o Ministério dos Direitos Humanos criou um Posto de Acolhimento aos Repatriados para garantir que os deportados tenham acesso à atendimento médico – incluindo vacinação –, água, alimentação, pontos de energia, internet e banheiro. Nas estruturas, os grupos ainda conseguem obter orientações sobre serviços públicos de saúde, assistência social, trabalho e documentação.

“Os repatriados têm chegado dentro de um fluxo que a gente estruturou no governo federal para acolhê-los. Aqui, temos um atendimento focado em saúde, assistência social e direitos humanos, e verificamos qual a demanda para que cada um volte para a sua casa em segurança, com seus direitos garantidos”, disse Teixeira.