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Fruto dos estudos realizados pela Embrapa e parceiros, a listagem conta com 62 espécies de plantas visitadas por abelhas-sem-ferrão nativas do Vale do São Francisco, tais como a mandaçaia (Melipona mandacaia) e a abelha-branca (Frieseomelitta doederleini). Devido à ausência de ferrão, essas abelhas são menos agressivas, permitindo a criação mesmo em áreas urbanas, sem risco de acidentes ou ataques a pessoas.
De acordo com a pesquisadora da Embrapa Semiárido, Márcia de Fátima Ribeiro, a meliponicultura, que é a criação das abelhas-sem-ferrão, pode ser uma boa opção de atividade econômica para a agricultura familiar. No entanto, a manutenção dessas colônias no Semiárido precisa ser bem planejada para que se obtenha sucesso e retorno financeiro. Isso porque durante a época mais seca, que compreende o período de novembro a abril, a maior parte das plantas fica sem flores, deixando de fornecer alimento para as abelhas.
“É importante que o produtor entenda quais plantas são mais indicadas para a alimentação das abelhas e em quais períodos essas plantas emitem flores. Dessa forma, ele poderá realizar a instalação de meliponários em locais mais apropriados, com presença de plantas que floresçam em diferentes épocas, para que as colmeias tenham alimento constante durante todo o ano”, ressalta Ribeiro.
A pesquisadora completa que outra possibilidade é o incremento do pasto meliponícola com o plantio das espécies relevantes. “O importante é que exista uma diversidade e abundância de espécies, de tal forma que sempre haja alguma oferta de alimento para as abelhas na natureza”, completa.