Uma pesquisa recente da Quaest revelou que 72% dos fluminenses apoiam o enquadramento de organizações criminosas como terrorismo. Realizada em 40 cidades do Rio de Janeiro, a pesquisa ouviu 1,5 mil pessoas entre os dias 30 e 31 de outubro. O apoio contrasta com a posição do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que nega a necessidade de tal classificação.
Além do apoio ao enquadramento, 85% dos entrevistados são favoráveis ao aumento das penas para homicídios cometidos a mando de facções. Apenas 10% se opõem a essa medida. O cientista político Felipe Nunes, CEO da Quaest, destacou que essa questão não apresenta divisões significativas entre eleitores de esquerda e direita.
Apoio a Medidas de Segurança
A pesquisa também mostra que 59% dos participantes são a favor da implementação de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que permite o uso das Forças Armadas no combate ao crime. A GLO é uma prerrogativa presidencial que Lula já se manifestou contrário.
Além disso, 94% dos entrevistados apoiam a criação de um escritório de emergência pelo governador Cláudio Castro, que visa desburocratizar a troca de informações entre as esferas estadual e federal. Esse escritório pode ser um teste para a proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Segurança Pública, considerada prioritária pelo governo.
Contexto das Operações Policiais
Esses dados foram coletados após uma megaoperação nos morros do Alemão e da Penha, que resultou na prisão de 113 criminosos. O secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi, afirmou que os locais se tornaram um quartel-general do Comando Vermelho, abrigando líderes de facções de outros estados.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, manifestou-se a favor de medidas mais rigorosas no combate ao crime organizado, afirmando que é essencial “radicalizar” as ações para enfrentar a crescente organização criminosa no país.