Combustíveis mais caros impulsionam prévia de IGP-M de setembro, diz FGV

Combustíveis mais caros impulsionam prévia de IGP-M de setembro, diz FGV

Segundo André Braz, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) responsável pelo indicador, os recentes reajustes de derivados de petróleo promovidos pela Petrobras impulsionaram tanto a inflação no atacado quanto a do varejo – ambas usadas para cálculo da prévia do indicador.

Mesmo com a mudança de trajetória do indicador, o especialista não acredita que a segunda prévia do IGP-M antecipe uma disparada no resultado completo do indicador, usado para calcular o aluguel. “Não acho que vá bater 1% [o IGP-M de setembro]. Deve ficar próximo ao que tivemos na segunda prévia”, disse.

Braz explicou que o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), 60% do IGP-M e que abrange preços atacadistas, foi de recuo de 0,08% para aumento de 0,40%. Um dos componentes que mais empurraram o índice para cima foi a gasolina, 13,24% mais cara, e o diesel, 20,74% mais caro, no atacado. Os aumentos feitos em combustíveis têm a ver com a cotação em alta do barril de petróleo no exterior, lembrou.

“Esses dois itens não foram os únicos a apresentar alta no IPA, acrescentou ele. Aumentos em commodities como arroz em casca (9,35%) e em minério de ferro (6,99%) também ajudaram no término da deflação no IPA.”

A influência dos combustíveis mais caros também foi percebida no varejo. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), 30% do IGP-M, que deixou recuo de 0,12% para elevação de 0,23% da segunda medição de agosto para igual prévia em setembro. A gasolina ficou 5,29% mais cara na segunda prévia de setembro no varejo, detalhou o técnico.

Ao ser questionado se o IGP-M teria condições de avançar mais até o fechamento de coleta de preços do indicador, que termina dia 20 de setembro, o especialista não acredita na possibilidade. Ele comentou que. o que mais impulsionou o indicador foi o segmento de combustíveis e, se houver novas altas de preço nesse tipo de produto, essas serão captadas apenas no IGP-M de outubro. “Mas há perspectiva de combustível mais caro no próximo mês” admitiu ele, ao lembrar sobre o atual elevado patamar de cotação do barril. Na prática, o economista não descarta novos aumentos de derivados de petróleo no mercado interno, tendo em vista a flutuação no preço do petróleo no exterior.